ANTÔNIO DE CARVALHO E
ALMEIDA
33º MANDATÁRIO DO RIO
GRANDE DO NORTE
33º (TRIGÉSIMO TERCEIRO) GOVERNANTE DA
CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 14 DE AGOSTO DE 1701 A 10 DE DEZEMBRO DE 1705
(ÚNICO MANDATO,
PRECEDIDO POR
BERNARDO VIEIRA DE MELO
SUCEDIDO POR
SEBASTIÃO NUNES COLARES
Foi nomeado a 14 de março de 1701, tomando posse em 15 de
agosto do mesmo ano e governando até dezembro de 1705 (ignora-se a data exata
deste evento). O cenário de terra arrasada – palidamente descrito quando da
abordagem sobre a expulsão dos holandeses (V. pág. 143) – repete-se aqui, em
ambas as ocasiões, deixando nos remanescentes ampla e desconfortável sensação
de impotência face à ausência de esperança, de mínima perspectiva. Na Instrução
e Memorial do Senado da Câmara datada de julho de 1689, citada por CÂMARA
CASCUDO (1984, p. 101), requere-se ao Capitão Gonçalo da Costa Faleiro, como
procurador da Capitania do Rio Grande aos reais pés de Sua Majestade, que Deus
guarde, e nos seus tribunais e donde tocar o requerimento, etc., que
intercedesse, por si (Câmara) e pelo povo. Vejamos o segundo parágrafo do
singular texto: Fará presente a miséria e pobreza em que ficaram estes
moradores na falta de seus gados e escravos mortos pelo gentio, pedindo à Sua
Majestade seja servido mandar-lhes satisfazer todo o gado que se lhes tomou
para sustento da infantaria, como ordenanças, índios e pretos, do pouco que
lhes escapou, ordenando se satisfaça da Real fazenda por ser gasto com a gente
que assiste fronteira ao sertão, e com as tropas que têm entrado nele após o
gentio, cuja despesa se fez por ordem do Governador-Geral, advertindo por carta
sua que se haverá de pagar da Real fazenda das mais capitanias, isentando esta
de toda contribuição pela miséria e pobreza em que a consideram, e até agora se
não fez esta satisfação cuja carta será presente a Sua Majestade com esta. E
complementa: Escrito em Câmara pelo Tenente-Coronel João de Barros Coutinho,
escrivão dela que a escrevi, e assinaram os oficiais que este ano servem de
juízes, vereadores e procurador: Felipe da Silva, Francisco Lopes, Gaspar
Freire de Carvalho, José de Araújo e Pedro Miranda Baião. Essa carência
generalizada certamente terá interferido no limitado desempenho da
administração de Antônio de Carvalho, sobre quem o referido historiador faz
lacônico e radical comentário: Nada fez nem houve coisa alguma de notável em
seu governo (1989, p. 64). Era ele irmão do Padre Miguel de Carvalho,
missionário nesta Capitania e membro da Alta Corte Portuguesa. Serviu como
soldado no Terço da Guarnição da Corte de Lisboa. Em 1700 embarcou num navio da
Armada rumo à Ilha Terceira dos Açores, dali passando a comboiar (escoltar) as
embarcações oriundas do Brasil e do Cabo Verde. À essa época, foi promovido a
Cabo de Artilharia. Adiante (1701), quando a subordinação da Capitania do Rio
Grande foi transferida da Bahia para Pernambuco, Carvalho e Almeida foi
designado Capitão-mor para a Capitania do Rio Grande, em substituição a
Bernardo Vieira de Melo. De fato, mesmo nada ocorrendo de notável em seu governo,
cumpriu rigorosamente as rotinas próprias do cargo: manteve os indígenas em
calma, negociou com Pernambuco o novo vínculo administrativo, incentivou a
criação de gado e a colonização do interior e, enfim, prestigiou os militares
provendo cargos em Natal, Ceará-Mirim, São José de Mipibu, Goianinha e Açu. Só
deixaria o governo na primeira quinzena de dezembro de 1705, cedendo-o a
Sebastião Nunes Colares
FONTE
– FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO